quinta-feira, 24 de maio de 2012

AULA 10 - Yves Lacoste e a Geografia a serviço da mudança


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mapa de mortes em áreas de fronteira na Europa


A aula 10 enfocou o momento da história do pensamento geográfico no qual categorias de pensamento marxistas e anarquistas começam a ganhar espaço dentro da Geografia. Nos referimos aquela corrente que é conhecida como Geografia Crítica ou Geografia Radical, desenvolvida simultaneamente na Inglaterra e na França. Tal corrente do pensamento geográfico defendia que a Geografia deveria se desvencilhar dos vícios da Geografia Tradicional e da Geografia Quantitativa. Nesse processo, a Geografia deveria alçar o debate da política e da estrutura econômica como elementos centrais de sua análise. A ideologia conservadora presente nos momentos anteriores da Geografia deveria ser amplamente denunciada: nós teríamos servido ao Estado sem ao menos discutir que outros tipos de contribuição a Geografia tinha a oferecer. Mais grave ainda seria perceber que parecia haver um enorme descompasso entre as geografias da sala de aula e aquela debatida pelas agências do poder público e dos grandes empresários. Como afirmava Yves Lacoste, o papel da Geografia deveria ser justamente o de democratizar a geopolítica, aquele conhecimento ligado à ação estratégica para redefinir relações de poder. De acordo com o autor, a Geografia deveria então servir às classes excluídas da sociedade, promovendo a politização através da denúncia das desigualdades e contradições do sistema capitalista. Se havia um grande consenso sobre o diagnóstico (a injustiça presente dentro do sistema capitalista) haviam poucas certezas sobre como escapar desse domínio. 

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